Durante os quatro dias do Campori Fortaleza da Fé, foram realizados mais de 70 atendimentos voltados para pessoas com deficiência. Com uma cidade temporária abrigando 12 mil desbravadores, o evento ofereceu uma série de atividades para crianças, juvenis e adolescentes. Após dois anos de preparação dos clubes, não poderia faltar atenção especial para aqueles que possuem necessidades específicas. Pensando nisso, a coordenação do maior Campori da Associação do Mundo criou um espaço inclusivo para participantes com deficiência.
Segundo o pastor Willy Richard, auxiliar do Ministério Adventista da Possibilidade (MAP), o objetivo é tornar o Campori mais completo e acessível:
“É tão pouco o que fazemos, mas significa muito para eles e suas famílias. Ao oferecer ferramentas como abafadores de som para concentração, óculos escuros para minimizar a exposição à luz, uma sala climatizada para descanso, e intérpretes de Libras, conseguimos criar pontes que permitem a participação plena em todas as atividades.”
Desafios e atendimentos
Ao todo, foram realizados 71 atendimentos, incluindo 54 para autistas, dois para pessoas com Síndrome de Down, um para um desbravador com paralisia cerebral e 13 para adolescentes com fobia social e ansiedade generalizada – casos comuns em grandes eventos devido à pressão e ao longo período de espera.
Alinny Ehnert, conselheira do MAP, destaca a importância de oferecer apoio adequado a cada desbravador:
“Falamos muito sobre igualdade, mas o que realmente precisamos é de equidade. Cada desbravador deve ser cuidado conforme suas necessidades para que possa viver e aproveitar o Campori plenamente.”
Para muitos, como a estudante Esther, de 14 anos, esse apoio fez toda a diferença. Ester não podia participar de uma das provas mais esperadas, o “rala”, devido às suas limitações físicas. No entanto, uma ação inesperada mudou seu dia:
“Eu estava apenas observando, sabendo que não poderia participar, mas eles me viram e me convidaram. Não pensei duas vezes,” relembra emocionada.
A equipe de redes sociais do evento, ao ver Ester, a convidou para se juntar à diversão. “Ela estava sorrindo, mas também parecia triste. Então chamamos Geraldo Estevan ( @geraldoestevan), e Silas o @SuperDesbravador (influencies convidados) e fizemos o convite. Foi um momento inesquecível,” conta Tio Bob (@TioBob.oficial), outro convidado do Campori.
Geraldo Esteban reforçou o compromisso do clube de Desbravadores com a inclusão:
“O clube é para todos. Nosso maior propósito é guiar e salvar, levando as crianças aos pés de Cristo, independentemente de suas limitações.”
Planejamento inclusivo
Desde o início da organização, a criação da sala da calma foi uma prioridade. “Temos muitas crianças atípicas em nossos clubes nos dois estados, então era essencial ter um espaço dedicado a elas. O resultado foi gratificante, com a sala oferecendo o conforto necessário para quem precisou,” afirmam os organizadores, pastores Marcos Pimentel e Ruziel Souza.
A sala da calma contou com diversas facilidades, como: ambiente climatizado, transporte motorizado para desbravadores com mobilidade reduzida, banheiros e chuveiros adaptados, intérpretes de Libras, psicólogos e terapeutas, tudo oferecido de forma gratuita.
Além de sua grandiosidade, o Campori Fortaleza da Fé foi marcado pela inclusão, proporcionando uma experiência significativa para todos os participantes, desde o início da programação às 6h da manhã até o encerramento às 21h.