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Desilusão ou esperança? – Notícias Adventistas

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A Bíblia é a resposta para a esperança de vida, e vida eterna. (Foto: Shutterstock)

Há 180 anos, a poderosa mensagem da breve volta de Jesus impactou o mais jovem dos continentes e alterou radicalmente a vida de milhões de seres humanos. Esta mensagem transformou pessoas, famílias, comunidades, vilas, cidades, países; desfez velhas ideias; desafiou tradições; revolucionou o pensamento cristão e agitou as igrejas. Assim, como um anjo celestial, esta mensagem viajou com grande velocidade e intenso poder, alcançando os corações.

Um texto bíblico que inspirou esse movimento foi: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7). Este anúncio solene teve um impacto irrepetível na vida da América do Norte no século XIX.

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Pregar ou não?

Tudo começou com um fazendeiro que não queria pregar. Silenciosamente, as profecias bíblicas entraram em sua vida, convenceram sua mente e inflamaram seu coração. Elas firmaram seus pés e deram sentido à sua existência. Elas arrebataram sua experiência espiritual. Guilherme Miller queria recusar o convite, mas a voz em sua consciência soava como um martelo na bigorna: “Diga ao mundo, diga ao mundo, diga ao mundo.” A voz insistente do Espírito venceu a hesitação do ancião. Como um embaixador do céu, ele saiu para dar uma mensagem que mudaria o mundo. O âmago de sua pregação era Daniel 8:14: “Até duas mil e trezentas tarde e manhãs, e o santuário será purificado”. Como um dia profético equivale a um ano literal (Números 14:34; Ezequiel 4:5,6) e o período começa no ano do decreto da reconstrução de Jerusalém (Daniel 9:25/457 a.C.) Miller descobriu que se estenderia a 1844, quando o Santuário, que acreditava ser a Terra, seria purificado pelo fogo da segunda vinda de Cristo.

De sua amada pátria, os Estados Unidos, a mensagem do segundo advento chegaria ao resto do mundo. Com todas as suas forças, Miller pregou que em breve Jesus viria levar seu povo à alegria eterna, punir os ímpios e inaugurar seu reino eterno. No entanto, o assunto era importante demais para ser proclamado por um só homem. Outros se juntaram a ele e os arautos da esperança se multiplicaram. Homens, mulheres, jovens, crianças cujo slogan era: Cristo vem: prepara-te!

Ampliando a mensagem

Mesmo assim, suas vozes eram fracas demais para que fossem ouvidas a longa distância. Por isso, eles rapidamente criaram novos planos. Inspirados por Gutenberg, escolheram sua invenção para dar poder a voz. A imprensa podia ampliar o alcance da mensagem. Os pregadores chamaram o povo ao arrependimento e as publicações alcançaram os que estavam distantes. Ambos os meios foram confirmados na esperança do breve retorno do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Milhares disseram, com certeza de fé: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão” (2 Pedro 3:10-12).

Devido à urgência e seriedade da mensagem, manifestações de conversão genuína se repetiram em todo o continente. Bares foram fechados, igrejas reavivadas, famílias convertidas. Os pastores acompanharam o movimento das águas, com milhares sepultando suas velhas vidas de pecado.

A mensagem da esperança

Publicações cheias de esperança foram distribuídas por todo o continente americano. O mesmo anúncio ocorreu nos demais continentes, através de outros instrumentos e métodos. O mundo foi avisado! O epicentro dessa obra, porém, foi a nação norte-americana, profundamente sacudida.    

O pastor Carlos Fitch ouviu e acreditou na mensagem de Miller. Ele decidiu dedicar suas energias para pregar e batizar pessoas. Poucos dias antes de 22 de outubro de 1844, Fitch batizou três grupos sucessivos de conversos. As águas do Lago Erie estavam geladas. Ele ficou gravemente doente. Na segunda-feira, 14 de outubro, morreu de tuberculose.

Embora sua família tivesse fé na breve volta de Jesus, dias depois daquela tragédia, mamãe choraria com seus filhos, porque Jesus não voltou.

Fitch sacrificou sua vida, Guilherme Miller seu dinheiro, dezenas de pastores seus empregos. Famílias perderam sua colheita. Os jovens sacrificaram seus estudos. O mais importante era proclamar a mensagem bendita. As coisas deste mundo não importavam. Jesus tinha um lugar melhor para todos. Mas o Mestre não veio. A promessa não se cumpriu.

O Grande Desapontamento

Eles se equivocaram no evento, mas não na data. Devido ao amargo desapontamento, Deus despertou um povo humilde e sincero que compreendeu a verdade presente. Um movimento que continua a pregar: Jesus em breve voltará! O grande movimento do advento deu origem à Igreja Adventista do Sétimo Dia, sua legítima sucessora. Três de seus fundadores foram o casal Tiago e Ellen White e o capitão José Bates. Eles se uniram e continuaram o trabalho de Miller ao voltar-se para a Bíblia. Hiram Édson, já no dia 23 de outubro, compreendeu que, no dia anterior, Jesus passou do lugar santo para o santíssimo do santuário celestial. Os irmãos que seguiram em busca de luz a receberam. Entenderam o assunto do juízo investigativo. Se viram na passagem que descreve o amargor, depois da alegria contagiante (Apocalipse 10). A alegria era a expectativa do encontro com o Senhor; o amargor, a decepção do dia 22 de outubro. Mas, a partir dessa experiência, entenderam que deviam continuar profetizando “a muitos povos, nações, línguas e reis” (Apocalipse 10:11).  

Em 1874, pouco mais de 10 anos após a Igreja Adventista ser oficialmente organizada, nosso primeiro missionário foi enviado além-mar. Do novo mundo, ele navegou ao velho mundo, invertendo a viagem dos pais peregrinos. Ali, firmou os passos da Igreja que surgia na Europa. Outros continuaram cumprindo o IDE. Milhares foram batizados, centenas de igrejas plantadas. Aviões decolaram; barcos navegaram e crentes caminharam, oferecendo esperança, saúde e cura. Cento e cinquenta anos depois, as missões adventistas alcançaram milhares de corações… em todos os lugares. 

Hoje continuamos anunciando, perto e longe, que a “bendita esperança” está por concretizar-se (Tito 2:13). Não haverá decepção. Sua vinda é certa. Quem crê no segundo advento não fica desiludido; desenvolve esperança triunfante! E você, querido amigo, o que está fazendo por essa mensagem? O que está sacrificando para anunciá-la? Como está se preparando para encontrar-se com o Senhor? Que tenhamos o espírito dos pioneiros, seu amor à Palavra de Deus e foco na missão. 

Onde ler mais sobre 1844 e a mensagem adventista: 

  • KNIGHT, George R. Adventismo: origem e impacto do movimento milerita. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2016. 
  • LOUGHBOROUGH,  John Norton, O Grande Movimento Adventista: Seu surgimento e progresso. Adventist Pioneer Library, 2014. 
  • SCHWARZ, Richard W.; GREENLEAF, Floyd. 1 ed. Portadores de Luz: história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tradução de Francisco A. Pontes. 2 ed. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2009.  
  • OLIVEIRA, Enoch de. A mão de Deus ao leme: o movimento adventista no oceano da história. 3ª ed. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2017.  
  • VELTEN, Henderson Hermes Leite e OLIVEIRA, Juarez Rodrigues de. A Astronomia e a glória do Adventismo: um estudo sobre a precisão do cálculo profético de Daniel 8:14 e 9:24-27. Editora: Luz do Mundo, 2018.

  Como comemorar a data em sua igreja:

  • Use o selo comemorativo e os materiais divulgados pela Igreja;
  • Separe um tempo para estudar a profecia das 2.300 tardes e manhãs (Daniel 8:14);    
  • Leia com seus filhos O Livro Amargo, de Denis Cruz (CPB).
  • Converse com seu pastor para realizar um culto especial de sábado (19 ou 26 de outubro de 2024). 
  • Realize um culto jovem especial com foco na data de 1844 e seu significado. 
  • Reúna sua família, unidade de ação/pequeno grupo para assistir ao filme “Como tudo começou”


Ribamar Diniz é pastor, escritor e editor. Mestre em Teologia e Especialista em Missão Urbana (SALT/FADBA), Mestre em História (PPGH/Unifap) e pastor na Missão Pará-Amapá.   

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